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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Aluno da PUC-SP diz que vestiu saia para experimentar o preconceito


Ele é homem, branco, com traços europeus, heterossexual, de porte atlético e classe média. Foi só em 2012, aos 20 anos, que Erick Calistrato percebeu que pertencia a um grupo de pessoas privilegiadas no nascimento. Para entender melhor a reação que as pessoas sofrem ao não se encaixarem no padrão esperado para elas, em agosto do ano passado, ele decidiu vestir uma saia escocesa que ganhou de presente da namorada para sair de casa e ir até a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde estuda letras. "Quis sair um pouco do pedestal", explicou ele ao G1.

Desde então, Calistrato nunca mais vestiu a saia em público, mas pretende, se tiver tempo, voltar a usar seu "kilt" na PUC-SP nesta quinta-feira (16), data em que estudantes de pelo menos cinco campi da Universidade de São Paulo (USP) planejam uma manifestação de transgressão de padrões de gênero, com homens vestindo saias e mulheres vestindo roupas atribuídas à masculinidade.

O evento é uma resposta a ofensas recebidas por um estudante da USP Leste que decidiu acrescentar a peça ao seu guarda-roupa. O estudante da PUC, que já passou pela experiência, diz que só deve aderir se conseguir imprimir panfletos e promover o diálogo e a reflexão sobre o respeito à diversidade e os estereótipos de gênero.

No dia em que Calistrato vestiu sua saia, não houve uma manifestação artística ou cultural, apenas sua vontade "de saber como outra pessoa se sente, para experimentar, para ver como seria aquilo". Quase um ano após essa experiência, ele se considera "uma pessoa muito melhor", nem tanto pelas horas que passou na rua e na faculdade vestindo uma peça de roupa convencionalmente restrita ao sexo oposto, mas por causa das pessoas que ele conheceu depois de publicar, no Facebook, um relato do seu dia ao lado de uma foto sua vestindo a indumentária. *Com informações g1.com

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