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quinta-feira, 21 de março de 2013

Enem 2012: corretores receberam R$ 2,35 por cada redação



Corrigir cem textos em duas horas compromete os critérios de avaliação? E se, a cada prova revisada, o corretor ganhasse menos de R$ 3? Após o "Globo" revelar correções polêmicas de redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ao longo da semana, abriu-se um debate em torno das condições de trabalho de quem fica por trás das provas. Desde segunda-feira (18), o jornal mostra exemplos de redação com notas contraditórias em relação ao conteúdo. Além de textos com graves erros como "trousse", "enchergar" e "rasoavel" que receberam pontuação máxima, outros que incluíam a receita de Miojo e o hino de Palmeiras não foram anulados.

Na última edição do Enem, um time de 5.683 corretores teve a missão de avaliar mais de quatro milhões de redações num espaço de menos de um mês. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), cada redação corrigida significava R$ 2,35 no bolso do professor convocado pelo órgão.

Todo o processo é feito virtualmente: o corretor recebe lotes com 50 provas cada e as corrige. Assim que termina uma leva, outra é enviada a ele. Segundo o MEC, em média cada corretor cuidou de 60 provas por dia. Mas, de acordo com alguns avaliadores entrevistados pelos repórteres, este número pode ser muito maior. Segundo o professor Wander Lourenço, o processo de correção é desgastante, o que acaba comprometendo o nível da avaliação. Ele foi corretor em 2011, mas não aceitou o desafio no ano passado.

"Corrigi 4.200 redações em menos de 20 dias em 2011. Fiquei muito apavorado. Eu tinha aceitado as condições porque precisava de dinheiro, mas a experiência foi tão traumática que decidi não participar da correção do último Enem", conta o docente. *Com informações O Globo.com

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